
Avaliação da crítica: 4,5 / 5,0
4,5
Eu odeio Sara. Não sinto muito. Cada vez que ela abre a boca, minha pressão arterial sobe.
Ela é o que acontece quando o idealismo se desintegra – um lembrete de que as pessoas mais perigosas em qualquer sistema são aquelas que acreditam que estão apenas “fazendo o seu trabalho”.
O episódio 9 da primeira temporada de The Rainmaker é sobre pessoas como ela e pessoas como Rudy, que se recusam a jogar esse jogo mesmo quando isso lhes custa tudo.

Desde o início, The Rainmaker deixa claro: este não é apenas mais um drama de tribunal. É uma peça de moralidade vestida com jargão jurídico, e a alma de todos está em jogo.
Começa com Rudy e Deck – dois homens compartilhando o tipo de amizade que faz você querer acreditar que ainda existem pessoas boas.
A fé de Deck em Rudy é quase dolorosa. Quando ele diz a ele: “Vejo o homem que sempre quis ser”, é pura sinceridade da velha escola de Frank Capra.
Ele está falando sobre o tipo de advogado que luta pelas pessoas, não pelo poder. E você pode ver o quanto essa crença humilha e aterroriza Rudy. Porque em algum lugar no fundo, ele sabe que Deck merece um herói – e o sistema pode comê-lo vivo.
As cenas do tribunal parecem um filme de guerra, e Rudy entra com uma arma de fogo.


A declaração de abertura de Rudy, feita para ser segura e conforme as regras, torna-se uma confissão emocionante. Ele deixa escapar o impensável – assassinato – e instantaneamente transforma seu caso em um circo. O martelo do juiz mal consegue acompanhar e a falsa indignação de Leo enche a sala.
No entanto, naquele momento, Rudy pronuncia a única frase verdadeira de todo o julgamento: que uma enfermeira do North City Hospital matou Donny Ray Black e que os responsáveis encobriram o fato.
É claro que a lei não recompensa a honestidade; isso pune. Quase.
No tribunal, o juiz o repreende, Leo finge indignação e a paixão de Rudy é tratada como a birra de um novato. A ironia? Este juiz pode ser o único na sala com alma.
Há uma foto em seu banco – uma mulher, talvez sua mãe – um lembrete silencioso de que até mesmo os árbitros da justiça são filhos de alguém, a memória de alguém. É uma fatia da humanidade que julga o desumano.


A primeira vez de Jackie no estande é elétrica. Rudy a preparou para testemunhar, a peça que faltava para provar a culpa do Grande Benefício.
Sua afirmação – de que 15 pacientes morreram sob os cuidados de Melvin Pritcher – deveria esclarecer o caso. Mas Leo se esconde atrás de procedimentos, reclamando das violações da HIPAA, e o juiz suprime os dados USB que ela roubou.
Mesmo assim, Rudy consegue um pequeno milagre: ela permite que tanto a negligência dele e as reivindicações de assassinato permanecem. Ele está machucado, mas ainda na luta.
Rudy e Deck descobrem outra maneira de obter evidências, ampliando a rede e assinando as famílias de todos os outros que morreram em circunstâncias suspeitas sob a supervisão de Keeley. Mas quando eles percebem isso, já é tarde demais.
Tinley Britt deu um passo à frente, enviando Sarah para isolar silenciosamente todas as famílias enlutadas que esperavam recrutar. Ela é a assassina sorridente, transformando potenciais aliados em acordos assinados. Até a nova esposa do ex de Jackie, com quem Melvin traiu, aceitou a proposta.


É quando Rudy e Deck percebem a armadilha que armaram para si mesmos: ao perseguir a justiça, eles encurralaram o único homem que poderia expor tudo: Keeley.
Essa luta se transforma em triunfo quando Rudy faz o que Leo nunca esperava: ele ouve Bruiser. Seu conselho de “mostrar a eles que o encobrimento ainda está acontecendo” acende a faísca de que ele precisa.
Quando Jackie retorna ao estande como peritoRudy a usa para expor a maior mentira de Leo. Todo o argumento da defesa depende da afirmação de que a máquina Narpense apaga os seus próprios dados a cada 90 dias – uma forma conveniente de explicar a falta de provas.
E eles quase escaparam impunes. Claramente, eles não conhecem Rudy tão bem quanto pensavam, como evidenciado pela descoberta dos fatos por Rudy. A máquina não apaga automaticamente e não pode apagar nada sem o código de um executivo sênior. A Great Benefit não perdeu os dados – eles os destruíram.
Observar Leo se contorcer enquanto a verdade é revelada é o melhor tipo de justiça. Rudy finalmente os vence em seu próprio jogo, e o olhar furioso do juiz diz tudo: “Seu cliente escondeu provas e você sabia disso”.


Esse erro lhes custa muito. A evidência roubada pode voltar ao caso e Jackie pode depor.
E então Sarah ataca.
Se a primeira metade do testemunho de Jackie mostra a verdade lutando para sobreviver, a segunda mostra o que acontece quando o sistema decide que não deveria.
O interrogatório de Sarah é o tipo de cena que faz seu estômago revirar. Ela chora com Jackie – não pelos fatos, mas por sua vida pessoal, seus relacionamentos, seu caráter. São “malucas e vadias” vestidas com elegância legal, e isso é nojento. É francamente surpreendente que isso seja permitido até mesmo em um tribunal. Mas aqui estamos.
Assistir Sarah arrastar outra mulher pela lama para impressionar seu chefe é um tipo especial de vileza. Leo está tão orgulhoso que fica fora de si, chamando-a de a melhor queda que já viu em trinta anos, enquanto Brad – o cachorrinho da empresa com uma consciência que ele continua tentando afogar – observa a coisa toda desmoronar.


E Brad está com alguns problemas que ele não esperava, enquanto a subtrama de Tinley Britt silenciosamente prepara o cenário para o que está por vir.
Cada vez que ele pega um envelope ou faz alguma coisa, ele está se aprofundando. Leo o usa para o trabalho sujo, deixando-o tocar em todos os crimes que ele planejou para que suas próprias mãos permaneçam limpas.
Desta vez, Jane Allen reaparece, tirando fotos de Brad subornando Prince e Lyman. Leo sabia como Brad reagiria à promoção de Sarah e tinha provas em mãos para manter seu cachorro quieto. Não sinto pena de Brad, mas isso não significa que não queira lançar meu desprezo a Leo (e ao sistema).
Se o final depende de Melvin Pritcher descobrir que Tinley Britt pode ter causado o incêndio que matou sua mãe (e acho que sim), está prestes a se tornar explosivo. Se Rudy conseguir virar Melvin, tudo muda – não apenas o caso, mas todo o ecossistema corrupto que se alimenta dele.
Apesar de tudo isso, Bruiser permanece incrivelmente incrível. A visita dela a Rudy é crua e perfeita: “Você ainda pensa que é um deles”. Essa única linha resume o episódio.


Bruiser sabe que não há vitória dentro do sistema; a única vitória que resta é recusar-se a tornar-se isso. Ela está cansada demais para acreditar na justiça, mas leal demais para deixar Rudy parar de acreditar. E isso, estranhamente, é o que o mantém humano.
Mas Bruiser não está apenas travando a batalha de Rudy. Ela está silenciosamente lutando contra si mesma.
Suas visitas a Lyman finalmente abrem a ferida que ela carrega desde a morte de Rosalie. Pela primeira vez, seu pai não a manipula ou a culpa – ele lhe dá algo melhor: permissão.
Quando ele diz a ela para fazer o que for preciso para sair dessa, é o primeiro ato real de amor que ele demonstra. Se ela age de acordo ou não quase não importa. O que importa é que ela finalmente está livre para parar de limpar a bagunça dele, para parar de viver em penitência por escolhas que não foram dela.
Esse momento é tão importante para a estrutura moral do Rainmaker quanto qualquer coisa que aconteça no tribunal. Porque Bruiser também está preso em um sistema – de lealdade familiar, poder e culpa – e pela primeira vez, ela pode escolher a si mesma.


Não é diferente do que Sarah está vivenciando, mas ela está fazendo escolhas claras enquanto Bruiser está envolvido na história de seu pai porque ela o ama.
No momento em que Dot diz a Rudy que sua mãe ficaria orgulhosa, as palavras atingiram um peso real. Não se trata nem de vitória no tribunal – trata-se da sobrevivência da consciência.
Quando a mãe de Rudy entrar no tribunal no episódio 10 da 1ª temporada de The Rainmaker (e você sabe que ela entrará), tudo ficará emocionante. Rudy pode nunca vencer no papel, mas já está fazendo algo que Leo e Sarah nunca farão: ele está dizendo a verdade em voz alta. Que mãe não ficaria orgulhosa?
E como ver a mãe de Rudy no tribunal afetaria o coração do juiz quando parece que ela ainda mantém a sua tão perto?
E então chegamos à reviravolta final – Melvin Pritcher, amarrado e amordaçado no porão de Prince – a personificação literal de tudo o que este episódio está dizendo.


A verdade não desapareceu; está enterrado. Os culpados continuam enterrando-o, pensando que ele permanecerá no chão. Mas, como todo segredo deste programa, ele sempre encontra uma maneira de voltar à superfície.
O Rainmaker não se trata mais de vitórias legais. Trata-se dos morais e das pessoas que ainda acreditam, mesmo quando o sistema lhes diz para não o fazerem.
Leo diz que o tribunal não é um lugar para emoções, mas cada movimento que ele faz é movido por elas – raiva, ganância, vaidade. A única diferença entre ele e Rudy é que Rudy sente algo que vale a pena salvar.
Talvez seja esse o ponto. Se a emoção não tem lugar no tribunal, talvez seja porque é a coisa que mais assusta os poderosos.
Se você ficou com The Rainmaker Na primeira temporada, até agora, você provavelmente está tão emocionalmente esgotado quanto eu – mas é isso que a torna tão boa. Trata-se de lutar pela decência num mundo que continua recompensando o oposto, e essa luta ainda não acabou.


Se você gosta de histórias que misturam complexidade moral com uma pitada de fúria justa, faça um favor a si mesmo e dê uma olhada em The Last Frontier.
É feito do mesmo tecido – pessoas imperfeitas enfrentando escolhas impossíveis, tentando fazer a coisa certa mesmo quando o sistema está contra elas.
Ambos os programas nos lembram que a integridade nem sempre vence, mas sempre importa.
Agora, vamos conversar nos comentários abaixo! Qual é a sua posição com as travessuras de Sarah? Ela poderá ser tirada da sarjeta?
Mal posso esperar para ouvir de você!
-
O episódio 8 da 1ª temporada de Rainmaker é o mais poderoso até agora. Da realidade brutal de Sarah à verdade arrepiante de Keeley e ao movimento revolucionário de Rudy, o show atingiu seu ritmo.
-
The Rainmaker trava no episódio 7 com caos no tribunal, drama de nível vitalício e um enredo finalmente encerrado. Valeu a pena a bagunça?
-
The Rainmaker apresenta seu episódio mais forte: Rudy retorna em grande estilo, Sarah desliza mais fundo na escuridão e os segredos de Tinley Britt finalmente se revelam.